No último fim de semana Dora, Victor e eu fomos à Camocim, uma das mais lindas cidades do Ceará. De uma beleza natural deslumbrante é orgulho de todos que nasceram ou escolheram viver ali.
Cada dia mais Camocim se firma como um importante polo turístico com muitas praias e dunas ainda semidesertas, aquela paisagem de cartão postal com os barquinhos dos pescadores ancorados ao longo de um lindo canal que acompanha a orla marítima da cidade e muitos moradores sentados em frente às casas no fim da tarde se refrescando com o vento forte ou uma brisa suave que vem do mar, dependendo da época do ano. Além das belezas naturais, Camocim está bem cuidada, limpa e oferece excelentes opções culinárias. São vários restaurantes onde se pode saborear peixes e frutos do mar deliciosos.
Bom mesmo lá é a hospitalidade. Com grande amor fomos acolhidos pelos nossos queridos irmãos da Primeira Igreja Batista de Camocim. Este carinho tem suas raízes no passado. Em 1984 duas jovens missionárias da Junta de Missões Nacionais, Doraci Cavallari e Flordelice Brum, chegaram ali com o propósito de plantar uma Igreja Batista. Durante vários anos semearam, com grande dedicação, as sementes do Evangelho nos corações de muitos.
As estratégias evangelísticas, bem no início, eram criativas e simples. As crianças eram convidadas para, ali mesmo na calçada da casa das missionárias, ouvirem uma história da Bíblia. Outras se aproximavam atraídas pela música de flauta doce. Depois vinha o convite para as mães, que também curiosas se achegavam, para participarem de um estudo bíblico.
Hoje a Primeira Igreja Batista de Camocim é uma comunidade com cerca de 300 membros e congregados que se reúne quase todos os dias da semana e promove relevantes eventos. Com muita alegria aceitamos o convite para, no sábado e no domingo, ministrarmos palestras para um grupo de aproximadamente 60 casais.
Foi um final de semana intenso, repleto de recordações maravilhosas. Aquelas crianças e adolescentes que ouviram a mensagem do Evangelho há mais de 30 anos, agora são líderes na igreja. Muitos deles se casaram e alguns já são avós.
Um bebê que foi apresentado na igreja em um culto naqueles primeiros anos agora serve na liderança de um grupo de casais. Uma adolescente que aprendeu regência congregacional com as missionárias, hoje dirige o louvor. Um menino de treze anos que se aproximou da igreja, atraído pelas aulas de flauta ensinadas por Dora, é o atual vice presidente da igreja. Estes meninos e meninas foram se convertendo a Cristo e levando outros consigo para conhecer o seu Salvador.
Estas vidas e muitas outras receberam em seus corações a boa semente do Evangelho e permitiram que ela frutificasse. Hoje eles espalham esta mesma semente nos corações de seus filhos, netos, parentes e amigos. A semeadura em Camocim foi iniciada por Dora e Flordelice. Outros vieram e continuaram cuidando desta plantação. Pr. Abrão Secundino, seu atual pastor, é um deles. Se repete ali o que aconteceu na igreja de Corinto, segundo o testemunho do apóstolo Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento.” (I Coríntios 3:6)
É muito bom ser um semeador da Palavra de Deus. Por vezes o trabalho é árduo e até doloroso, mas é sempre compensador, pois “Os que semeiam em lágrimas colherão com cânticos de júbilo. Aquele que sai chorando a plantar a semente voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo seus feixes.” (Salmo 126:5, 6)
Neste final de semana experimentamos esta alegria indescritível ao perceber muitos frutos do que foi plantado no passado. Cerca de 30 anos depois ainda estamos colhendo os frutos desta bendita semeadura.
O início sempre é desafiador. Quando pensamos nos primeiros cultos em uma pequena garagem na casa das missionárias e hoje a igreja se reúne em um lindo templo, recém construído, com capacidade para 800 pessoas…
De fato, é imensa a alegria por ver tantos prosseguindo na fé, vidas sendo transformadas e a igreja, lavoura de Deus, crescendo cada vez mais.
Você sabia que o privilégio de espalhar a semente do Evangelho é para qualquer cristão? Você tem experimentado o prazer de colher os frutos de um trabalho ao longo de muitos e muitos anos?
Marcos Vieira Monteiro