Palavra Pastoral – O QUE UNE VOCÊ AO SEU IRMÃO EM CRISTO?

Vivemos em um mundo polarizado. Polarizado nos campos da religião, da política e até da ciência. Temos ao nosso dispor mais informação do que em qualquer outra época da história da humanidade. Mesmo assim, com o excesso de informações propiciado pela internet, não conseguimos ver a realidade com maior clareza e convergência.

Hoje predominam a intolerância, a ausência de diálogo, a radicalização, os ataques verbais violentos aos adversários e a falta de consenso.

Até mesmo a compreensão dos fatos históricos do passado tem sido alterada. O que aprendemos nos bancos escolares é alvo de questionamentos. Que grande paradoxo: na medida em que a ciência se multiplica as divergências parecem aumentar.

A realidade da pandemia promoveu grandes dores físicas e emocionais e prejuízos econômicos incalculáveis. Além de tudo isso, a politização deste processo foi ampliando as fissuras na sociedade. Quem no Brasil hoje é um líder agregador, respeitado pela ampla maioria, que tem o respaldo para implementação de um programa eficaz de recuperação econômica e moral?

O que vivemos hoje é a colheita de anos em que tem predominado o relativismo em nossa sociedade pós-moderna. Neste nosso mundo em que cada um tem a sua verdade, ai daquele que defende valores absolutos e verdades universais.

O que tem acontecido em Brasília e nos tribunais Brasil afora? Quando a justiça tem prevalecido? No passado recente ou agora?

Neste ambiente de tantas divergências, conflitos e polarização, os laços familiares muitas vezes têm se enfraquecido e os relacionamentos entre irmãos em Cristo, abalados ou desfeitos.

Mais do que nunca, neste ano de eleições precisamos, mesmo defendendo o candidato A, B ou C, nos lembrar que muito além das divergências político ideológicas, temos todos, um compromisso com o Reino de Deus.

Não podemos permitir que as nossas crenças e compromissos como cidadãos brasileiros seja maior que as nossas crenças e compromissos com o Reino de Deus.

No Reino de Deus não existem barreiras. Deus acolhe no seu Reino crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homens, idosos, ricos, pobres, analfabetos, doutores, petistas, bolsonaristas, “neutros”, irmãos tradicionais, pentecostais, cristãos autênticos das mais diversas matizes religiosas, brancos, negros, índios, africanos, latinos e norte-americanos, chineses, gente de todas as tribos, povos e raças…

Você já parou para pensar, que no grande banquete celestial você poderá estar assentado ao lado dos irmãos em Cristo que você mais atacou durante a sua jornada aqui na terra, nas suas lutas ideológicas?

Quando Jesus escolheu um grupo de 12 discípulos ele não selecionou um grupo homogêneo. Com certeza grandes eram as divergências políticas entre eles. Quando Jesus ressuscitou e lhes confiou o anúncio das Boas Novas do Seu Reino, estas divergências ficaram em segundo plano, porque o amor a Cristo e o senso de missão os uniu.

O que une você ao seu irmão que vê o mundo, a política, a ciência e tantos outros temas em uma perspectiva diferente da sua, deve prevalecer para que se cumpra a vontade de Jesus: “que eles sejam um para que o mundo creia” (João 17:23).

Lembre-se: o que une você ao seu irmão que não vota no seu candidato ou partido político, é Jesus Cristo. Vocês dois foram salvos pelo mesmo sangue do Cordeiro derramado na cruz, são filhos do mesmo Pai Celestial e viverão lado a lado eternamente, nas moradas que o nosso Senhor preparou para vocês.

Marcos Vieira Monteiro

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