Palavra Pastoral – AJUDE QUEM CUIDA DE VOCÊ

Se você viver muitos anos certamente vai precisar dos cuidados de alguém na fase final de sua vida.

Você pode necessitar dos cuidados de outras pessoas não apenas se Deus lhe conceder uma longa existência aqui na terra. Você está sujeito a sofrer um acidente, uma doença muito debilitante ou que requeira um tratamento prolongado.

Pode ser que você precise dos cuidados médicos no hospital. Poucos, porém, permanecem hospitalizados durante muito tempo. Certamente você será cuidado em sua própria casa, na casa de um parente ou até mesmo em um abrigo para idosos.

Quem vai cuidar de você nesta fase de sua vida ou se você adoecer?

Pode ser que você já esteja vivendo uma situação em que depende do cuidado constante dos outros.

Creio que a responsabilidade primária do cuidado com um enfermo ou idoso com grandes limitações é da sua família. Esta é uma das razões, embora não deva ser a principal, que deve levar você a investir nos seus relacionamentos familiares, antes de precisar depender deles.

É um fato que, quando ao longo da vida não cultivamos um bom relacionamento com nossos filhos e demais familiares, aumenta a probabilidade de sermos assistidos efetivamente apenas por cuidadores profissionais.

Uma convivência harmoniosa com todos os filhos e netos deve ser um objetivo permanente. Pode ser que você precise morar com um deles durante algum tempo. Se isto for necessário pense quais atitudes você pode tomar para ajudá-los no cuidado que dispensam a você.

Não exija demais dos seus filhos adultos. Eles têm outras responsabilidades, dentre elas, o cuidado dos seus netos.

Por outro lado, não seja extremista e nem se gabe dizendo: “não quero dar trabalho para eles de jeito nenhum”. Você vai dar trabalho. Isto só não acontecerá se eles forem frios e distantes ou se você vier a falecer abruptamente.

Filhos que cuidam dos pais não estão fazendo um “grande favor”. Estão apenas cumprindo um mandamento bíblico que é “honrar o pai e a mãe” (Efésios 6:2). Honrar é também cuidar.

Cabe a você tentar minimizar o trabalho que certamente lhes dará na sua velhice ou se experimentar grandes limitações por motivos de saúde.

Uma forma de cooperar com os filhos e outros parentes que o ajudam é tentando se adaptar à rotina dos seus cuidadores, se você precisar morar na casa deles. Talvez chegue uma época em que você precise mudar de cidade para residir com um deles por um tempo. Não pense que isto é uma tragédia. Encare como um novo desafio, com a possibilidade de mesmo sendo idoso, fazer novas amizades.

Seja sempre respeitoso com os que cuidam de você. Os cabelos brancos ou a enfermidade não lhe dão o direito de ser mal-educado.

Se algo não estiver bom fale, busque ajuda, diga o que está sentindo, mas procurando fazê-lo sem agressividade e mau humor. Por outro lado, se estiver sendo maltratado por um cuidador não tenha medo de denunciá-lo.

Não ultrapasse os seus limites. Há coisas que você não conseguirá mais fazer na velhice ou convalescendo de uma enfermidade. Aceite esta nova realidade. Ouça os conselhos das pessoas que estão ao seu redor, principalmente dos seus médicos. Não se comporte como uma criança teimosa, mas, se preciso for, lembre a eles que você não é uma criança que pouco sabe da vida.

Muito importante: uma das melhores maneiras para facilitar o trabalho dos que cuidam de você é sempre manifestar-lhes gratidão. Ao deixar de lado as reclamações e cobranças, você ajuda os outros a lhe servirem não apenas por obrigação, mas com prazer.

Marcos Vieira Monteiro

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