Há algumas semanas estamos vivendo uma experiência nova. Nosso filho André e sua esposa Lia iniciaram este mês uma viagem para o Canadá onde passarão 3 meses conhecendo a realidade deste país. Victor, o nosso caçula, voou para o Rio de Janeiro na direção de um sonho de infância: preparar-se para o ministério pastoral. Ele já iniciou seus estudos teológicos no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil no ano passado. Com a pandemia o curso foi oferecido apenas no formato EAD. Agora chegou o tempo de sua saída definitiva de casa.
Irmãos e amigos nos perguntam o que temos sentido na iminência do “ninho vazio”. Confesso que já sentimos antecipadamente (se isso é mesmo possível) uma espécie de saudade. Cultivamos um relacionamento familiar saudável. Gostamos de fazer refeições juntos. Temos um bom diálogo. Nossos filhos ajudam muito na igreja e nas atividades ministeriais que desenvolvemos. Ter dois filhos saindo de Fortaleza na mesma semana realmente “mexe” conosco.
Que sentimento prevalece em nossos corações neste momento? Profunda gratidão a Deus. Gratidão porque percebemos a inigualável graça divina sobre a vida de Ana Beatriz, André e Victor. Cada um deles seguindo o seu singular caminho, de acordo com os dons e vocação que receberam. Todos servem no Reino de Deus com alegria. São saudáveis fisicamente. Ao longo dos anos eles foram moldando suas vidas a partir da convivência com irmãos em Cristo na igreja. Temos genro e noras que são realmente parceiros deles. Que bênção maior podemos pedir ao Senhor?
Victor demonstra uma forte convicção de chamado para o ministério. Infelizmente este singular chamado de Deus para o ministério pastoral tem sido hoje minimizado por muitos. Eu creio que Deus continua chamando homens e mulheres para servi-lo de modo diferenciado. Este chamado foi feito ao seu bisavô, Matham, a seu avô, Jonair, e a seu pai. Fomos convocados por Deus para servirmos como pastores. Aceitamos este desafio com alegria.
Minha oração é que este tempo de preparação no Seminário seja bem aproveitado e que o Victor seja fiel e feliz na vivência de sua vocação.
Dora e eu estamos iniciando um novo ciclo familiar. Eu me lembro, como se fosse hoje, o dia em que saímos da maternidade com Ana Beatriz no colo. Pensei naquela ocasião: “eu e Dora temos agora um vínculo que vai durar por toda a vida e nossa realidade diária vai mudar muito daqui para frente”. O nascimento de um filho marca uma nova fase no relacionamento conjugal. Pais são para toda a vida. Nestes dias, como casal, percebo que estamos iniciando um ciclo com novos desafios e oportunidades. No coração um sentimento de “dever cumprido” e profunda gratidão a Deus.
Nossa casa só não vai ficar tão vazia porque temos o privilégio de ajudar no cuidado do Pedrinho. Cuidar de um neto por mais de 1 hora requer esforço especial. Porém, muitas vezes é bem divertido.
Avós, “ninho vazio”, casa cheia em momentos especiais, maiores cuidados com a saúde, ainda muitas responsabilidades e desafios ministeriais… esta é a nossa realidade hoje. Prevalece sobre quaisquer outros sentimentos a nossa profunda gratidão a Deus pela vida dos nossos filhos.
Marcos e Dora Monteiro