Tenho especial carinho e grande admiração pelos professores.
Uma das boas recordações de minha infância é mamãe e eu juntos indo e voltando da escola. Ela, “professora primária” e eu, aluno do Grupo Escolar Teófilo Otoni. Minha mãe foi sempre uma educadora: em casa, na igreja e em sua vida profissional. Esteve dentro da “sala de aula”, foi diretora de Colégio e trabalhou também na Delegacia Regional de Ensino do Nordeste Mineiro. Além disso, na igreja, ao logo de anos, ela serviu como professora ou diretora da Escola Bíblica Dominical.
Minhas irmãs seguiram este mesmo caminho. Ambas formadas em pedagogia, durante muitos anos exerceram com dedicação o magistério.
Minha esposa graduou-se como educadora religiosa e em psicopedagogia. Ensinou em diversos colégios e faculdades e há mais de 30 anos ensina a Palavra de Deus a crianças, no contexto eclesiástico.
Meu pai, além de pastor/mestre, foi professor particular de matemática na época em que era seminarista e no Colégio Batista em Tocantínia (GO). Serviu ainda como professor em Institutos Bíblicos.
Isabel, casada com meu pai, é educadora religiosa, serviu na igreja local e foi professora em Seminários. Ainda hoje ensina a muitos através de seus escritos.
Nosso filho Victor gosta muito de dar aulas para adolescentes na Escola Bíblica e está se preparando como aluno do Seminário Batista do Sul do Brasil para continuar ensinando a Bíblia.
Meu cunhado Marcus é professor de violino e tenho outros parentes mais distantes que se dedicam ao ensino em outras áreas.
Como pastor local sempre me dediquei ao ensino da bíblia, além de servir como docente nacional do Instituto Haggai.
Por tudo isso posso afirmar que uma das vocações de nossa família é o magistério. Com este histórico é impossível não valorizar o trabalho dos professores.
Valorizo os professores, porém, por muitas outras razões. Conheço as suas alegrias e realizações, bem como os desencantos e desafios da árdua tarefa que é partilhar conhecimento.
Valorizo os professores pelo seu papel fundamental em minha vida pessoal. Quem seria eu sem aqueles que me conduziram pelos caminhos do saber ao longo dos anos?
Valorizo os professores porque muitos, para continuar exercendo bem o seu ofício, se dedicam ao estudo e buscam aprimoramento contínuo.
Valorizo os professores porque a grande maioria deles, no Brasil, têm uma carga de trabalho enorme e uma pequena e injusta remuneração financeira.
Valorizo os professores porque reconheço que, em uma grande medida, os rumos da sociedade no futuro são determinados pelo que hoje eles estão ministrando aos seus alunos.
Valorizo os professores porque, via de regra, estão sendo menos honrados e respeitados que no passado. Não contam, muitas vezes, com o apoio dos próprios pais dos alunos para a necessária disciplina em sala de aula. É deprimente saber de situações de total desrespeito a eles e sua impotência diante de alunos desajustados, mal-educados e sem limites. Cresce o número de docentes alvos até mesmo de violência física.
Valorizo os professores porque enfrentaram e ainda estão vivenciando desafios inéditos para os quais não receberam o devido preparo prévio: o ensino on line, (frequentemente com pouquíssimos recursos tecnológicos), o ensino híbrido, o tenso retorno às aulas presenciais, os receios de se contaminarem pela covid, as pressões ideológicas, as maiores dificuldades emocionais dos seus alunos e as suas próprias demandas pessoais nestes dias de pandemia…
Por tudo isso, presto a cada um de vocês, professores, minha homenagem e gratidão.
Por vocês, eu oro hoje, pedindo ao Mestre dos mestres que renove em seus corações a vocação, lhes conceda o amor pelo seu ofício e maior reconhecimento (de todas as formas) dos poderes públicos, dos seus alunos e da sociedade. Que sejam honrados hoje e sempre!
Marcos Vieira Monteiro