Ontem foi um dia muito chuvoso, o que aliás, não é comum em Fortaleza. Enquanto dirigia meu carro rumo ao trabalho, agradecia a Deus pela chuva. Na semana passada fiz uma viagem ao interior para visitar nossos missionários. Vi açudes e rios secos, implorando por água. Então me lembrei da Bahia. Pensei nas cidades inundadas pelas enchentes destes últimos dias. Conclui: o excesso (quase sempre) é demais!
O excesso de chuvas provoca enchentes.
O excesso de sol resseca a terra e a torna improdutiva.
O excesso de frio mata.
O excesso de calor também.
O excesso de gelo destrói os campos férteis.
O excesso de fogo, as florestas e campos.
O excesso de açúcar produz diabetes.
O excesso de sal, hipertensão.
O excesso de exercícios físicos resulta em lesões.
O excesso de sedentarismo, em obesidade.
O excesso de busca do prazer leva à futilidade e ao vício.
O excesso de ascetismo, à frustração.
O excesso de cuidados impede o desenvolvimento da criança.
O excesso de descuido gera o traumático sentimento de desamparo.
O excesso de fé pode produzir fanatismo.
O excesso de racionalismo destrói a fé genuína.
O excesso de culpa adoece.
O excesso de desculpas resulta em perda de produtividade e credibilidade.
O excesso de carinho sufoca.
O excesso de disciplina produz mágoas e revolta.
O excesso de realizações alimenta a vaidade.
O excesso de frustrações, a desilusão.
O excesso de altruísmo pode inviabilizar o cuidado pessoal.
O excesso de foco em si mesmo sempre leva ao egoísmo.
O excesso de prudência torna a vida insossa e previsível.
O excesso de ousadia tem consequências imprevisíveis.
O excesso de riqueza gera o desperdício e a autossuficiência.
O excesso de pobreza, o desespero.
O excesso de generosidade pode levar à escassez.
O excesso de economia, à confiança no poder do dinheiro.
O excesso de informação enlouquece.
O excesso de desinformação aliena.
A lista dos excessos é grande demais…
Tudo que é demais não é bom. Tudo não, quase tudo. Existe uma exceção.
O que é demais, mas nunca excede as nossas necessidades? A graça de Deus que se renova a cada manhã.
Esta graça é demais: incompreensível porque excede todo o entendimento. Demais, porque é muito mais do que podemos imaginar.
Marcos Vieira Monteiro