A pandemia não trouxe apenas perdas e dores. Com ela vieram à tona novas possibilidades e oportunidades.
Nestes últimos meses novos negócios surgiram. Profissionais de determinados setores se aprimoraram e ganharam mercado. Instituições filantrópicas aumentaram a sua arrecadação. Famílias descobriram que podem viver bem gastando menos. Idosos aprenderam a utilizar recursos tecnológicos que antes lhes pareciam completamente inacessíveis. Supermercados dobraram seus lucros. Os laboratórios, a indústria farmacêutica, as funerárias e as empresas na área de tecnologia multiplicaram seu faturamento. O campo de trabalho para profissionais da área de saúde se ampliou. Cientistas alargaram as fronteiras do conhecimento. Igrejas investiram na área de comunicação e ampliaram os seus horizontes. Restaurantes reformularam suas estratégias de venda, “descobriram” o “delivery” e lucraram muito. Os ganhos foram reais para aqueles que souberam aproveitar as novas oportunidades trazidas pela pandemia.
Que outros desafios enfrentamos agora, nesta nova fase? As aulas presenciais estão retornando nos colégios e faculdades. Os engarrafamentos de trânsito voltaram. Os restaurantes novamente superlotados. Os estádios começam a receber seus fanáticos torcedores. As atividades dos ministérios nas igrejas estão sendo retomadas…
Um dos principais desafios que temos neste momento é saber aproveitar os ganhos que tivemos durante o período da pandemia. É utilizar o conhecimento que adquirimos. É identificar as necessidades das pessoas neste tempo em que ainda há tanta dor, ansiedade e luto ao nosso redor.
Como cristãos individualmente e como igreja, que novas possibilidades e oportunidades se abrem para cumprirmos a nossa missão neste mundo?
Diane Langberg, psicóloga e especialista em saúde mental, afirma com muita lucidez: “O trauma é o campo missionário do século 21”.
Vivendo em uma sociedade ferida, em que há tanta desesperança em relação ao futuro e tristeza vinculada ao que se perdeu, o que você e eu podemos fazer?
Precisamos pedir a Deus que aguce nossa sensibilidade e sabedoria. Sensibilidade para chorar com os que choram. Sabedoria para compartilhar com eles a esperança em Deus.
Há muitos que se fecharam mais para Deus nestes últimos meses. Sem o calor da comunhão pessoal com seus irmãos na igreja, permitiram que sua fé esfriasse. Como podemos trazê-los de volta? Esta não é uma tarefa exclusiva de missionários ou pastores. Que oportunidades de contato temos hoje ao nosso dispor para tentarmos nos conectar com eles? Estamos utilizando estes recursos continuamente?
No passado tínhamos que fazer um grande esforço para levar um amigo para participar de um culto em nossa igreja. Hoje, basta um telefonema pessoal e o envio de um link minutos antes do início de nossas celebrações e tornamos possível que ele receba a mensagem da Palavra de Deus em sua própria casa.
Quantos de nós estamos usando esta ferramenta gratuita que é o WhatsApp para compartilhar links de nossos cultos e de lives com temas cristãos, para indicação de livros e filmes, para envio de vídeos com mensagens inteligentes e desafiadoras?
Nos primeiros dias da pandemia, quando não podíamos realizar cultos presenciais, poucos minutos antes de começar as nossas celebrações eu comecei a enviar o link do nosso culto para dezenas de pessoas e grupos. Este é um novo hábito que incorporei à minha rotina antes de cada culto que participo em nossa igreja. Sei que muitos que recebem estes links não se interessam por eles. Mas, creio que algum destes meus amigos e parentes pode ser impulsionado por Deus a aceitar este convite. Ouvindo e aceitando a mensagem da Palavra de Deus sua vida será transformada.
Quando criança eu carimbava folhetos evangelísticos e Evangelhos de João e os distribuía nas ruas. Hoje, temos outros recursos que podemos utilizar (sem descartar os mais antigos), para compartilhar a nossa fé. Continuamos usando com perseverança e sabedoria estas novas ferramentas que “descobrimos” e utilizamos durante a pandemia?
Quantos minutos gastamos para enviar uma pequena mensagem pessoal com uma palavra de conforto, encaminhar um link com a indicação de um culto ou com uma mensagem que seja útil para um amigo, para demonstrar a nossa solidariedade a alguém que está sofrendo?
Fica aí a dica e meu pedido pessoal para este ou outros fins de semana. Não guarde apenas para si as bênçãos de Deus. Use todos os recursos que estão ao seu dispor para compartilhar regularmente com seus amigos e parentes as mensagens das Sagradas Escrituras. Compartilhe menos ideologia e mais Bíblia. Não perca as oportunidades que você identificou nestes últimos meses para repartir o que é bom. Faça a sua parte e ore pedindo a Deus que faça a parte dEle.
Marcos Vieira Monteiro