Vivemos um tempo em que temos muito a celebrar, mas ainda não vencemos totalmente a batalha contra a covid.
Adolescentes estão sendo vacinados aqui em Fortaleza, os números de infectados pela covid e os óbitos aqui do Ceará, têm caído continuamente nas últimas semanas, mas ainda não é prudente deixarmos de lado totalmente todas as medidas de prevenção.
Muitos de nós estão interagindo com mais pessoas e procurando voltar à normalidade, mas há ainda um percurso até a vitória final. Qual a duração deste trecho da estrada? Não sabemos.
No Brasil, não existem restrições no momento, quanto a viagens de um Estado da federação para outro. O crescimento da variante delta no Rio de Janeiro, um populoso Estado e interligado com todo o país, é algo que requer nossa atenção.
Um vírus como este não desaparece “de um dia para outro”, como num “passe de mágica”. É um trabalho árduo, um longo processo, que demanda ações dos governantes e apoio da população.
Devemos aproveitar esta liberdade que possuímos agora, com responsabilidade. Vai chegar ainda o dia em que poderemos nos abraçar livremente, nos aglomerarmos e nos libertarmos das máscaras. Precisamos estar conscientes que este dia feliz ainda não chegou para nós.
Na primeira onda a covid começou a fazer estragos na China e na Europa antes de chegar aqui. Na segunda onda também surgiu primeiro em outros países antes de nos alcançar. O que aprendemos com tudo isso?
Hoje, temos mais recursos tecnológicos e conhecimento para combater a doença, do que no ano passado ou até mesmo no início de 2021. Mas, nesta fase da guerra temos ainda muitos feridos emocional e fisicamente. Fomos afetados de diferentes maneiras pela pandemia. Os mais machucados e temerosos merecem nossa empatia.
Em cada decisão pessoal ou comunitária precisamos da sabedoria de Deus para avaliarmos corretamente o custo-benefício. O que preciso fazer ainda para me preservar? Como tentar blindar as pessoas a quem amo, especialmente os idosos com quem convivo? O quanto posso flexibilizar por conta dos ganhos psicológicos? Perguntas difíceis.
Não posso deixar de insistir neste ponto: em tempos de reaproximação física devemos respeitar os nossos limites e do outro. Uns estão prontos e desejam ser abraçados. Outros, ainda não. Alguns estão preparados para aceitar um convite para um almoço com amigos em um restaurante ou em casa. Outros, ainda não. Há quem ainda esteja se guardando em sua residência e não se sente à vontade para participar de um culto presencial. Outros estão esgotados e precisam sair mais vezes. Sair para participar de um culto, para reencontrar os parentes e amigos, para passear, para viajar…
Percebo que aqueles que foram infectados e sofreram mais com a pandemia, via de regra, estão agindo com mais cautela. Afinal, “gato escaldado tem medo de água fria”. Respeitemos a experiência de cada um.
Ainda não chegou o tempo de abandonarmos os cuidados básicos: lavar as mãos com maior frequência, usar o álcool gel, evitar tocar no rosto sem a devida higienização…
Este momento que vivemos em relação à pandemia me faz lembrar que experimentamos algo semelhante quanto ao Reino de Deus. Ele já está presente entre nós, mas ainda não se manifestou plenamente. Nós vivenciamos esta tensão que os teólogos denominam: “o já e o ainda não”.
Celebremos as muitas vitórias, cultivemos a esperança da vitória final. Não vencemos ainda, mas venceremos completamente mais este inimigo que estamos enfrentando em nossa batalha neste mundo tenebroso. Lutando e vencendo até aquele dia quando todo o mal será aniquilado e o Maligno derrotado.
Marcos Vieira Monteiro