O respeito ao próximo e à sociedade tem diversificadas facetas e pode ser vivenciado nos detalhes.
O que é considerado como uma manifestação de respeito pode variar de uma cultura para outra e até mesmo com o passar do tempo.
Aprendi com os meus pais que qualquer adulto deveria ser tratado de “senhor” e “senhora”. Ao falar com um amigo da mesma idade ou um pouco mais velho tínhamos a permissão para nos dirigir a ele usando a palavra “você”. As crianças de hoje chamam os adultos de “tio” e “tia” e aos seus pais tratam com a expressão “você”.
No passado, especialmente no interior, era muito comum na rua principal da cidade um sistema de cornetas de som estridente e com alto volume transmitindo músicas, propagandas dos comerciantes e recados. A qualidade geralmente era péssima. Igrejas evangélicas e católicas também transmitiam seus cultos e missas, especialmente a pregação, com sistema de som semelhantes. Estes procedimentos não eram considerados desrespeitosos naquela época.
Os costumes mudam, também as leis e em cada sociedade e época, e alguns sinais de respeito podem mudar. Por este motivo é fundamental identificarmos na cultura onde estamos inseridos quais são os sinais de respeito e observá-los.
Penso que a maioria das pessoas em nosso contexto social, considera falta de respeito: parar o seu carro em um local proibido ou “trancando” outro veículo em um estacionamento ou na rua, ligar um “paredão” de som em seu carro em local público ou próximo de outras residências, manter os níveis de decibéis acima do permitido pela lei em uma igreja, bar ou clube, tirando o sossego dos vizinhos.
É muito desrespeitoso quando em uma reunião presencial ou on line um participante não é capaz de ouvir o outro até o final de sua fala e o interrompe, ou ainda não espera a sua vez de se expressar e atropela a lista dos que já se inscreveram ou sinalizaram que desejam usar a palavra. Quantas reuniões poderiam ser mais curtas, menos tensas e mais produtivas se este simples princípio de respeito à fala do outro fosse observado.
Manifestamos respeito na maneira como nos portamos no contato com o sexo oposto. Cada cultura tem suas próprias normas neste aspecto, mas em todas elas há gestos e atitudes que são considerados inapropriados.
Certas piadas, comentários, perguntas e até “elogios” que são feitos a alguém do sexo oposto manifestam grande falta de respeito.
Além disso, a maneira como demonstramos carinho em público com o namorado ou com o cônjuge pode ser também desrespeitosa e constrangedora para com os que estão ao nosso redor.
O modo de se vestir em uma determinada reunião e ambiente também revela não somente se temos um bom senso, como também respeito às pessoas com quem estamos interagindo, ao local onde estamos e ao objetivo daquele encontro.
Não precisamos viver obcecados em guardar rigorosamente a etiqueta social. Afinal, a sociedade hoje é muito mais informal do que no passado. Porém, devemos admitir que podemos criar barreiras difíceis de serem superadas quando não atentamos para certos “detalhes” em nossos relacionamentos interpessoais.
Como cristãos devemos ser respeitosos com os objetos de crença de outras tradições religiosas. O Apóstolo Paulo não chegou em Atenas chutando imagens e queimando estátuas, mesmo sabendo que eram falsos deuses.
É fato que Jesus, nosso grande mestre, quebrou determinados paradigmas e tradições, mas ao mesmo tempo foi extremamente respeitoso com as mulheres, com as crianças, com os estrangeiros e com os marginalizados.
Agir com respeito para com todos é mais do que uma evidência de uma boa educação familiar, é uma maneira de cativarmos as pessoas, contribuirmos para uma sociedade mais saudável e testemunharmos de nossa fé em um Deus que ama o respeito.
Marcos Vieira Monteiro