Tenho pensado muito nestes últimos dias sobre a responsabilidade que temos como educadores de nossas crianças e adolescentes. Nós pais, especialmente, temos o desafio do árduo trabalho preventivo.
Quando não permitimos que a criança de dois anos brinque com uma faca, ensinamos que não deve colocar o dedinho em uma tomada elétrica e que, se não sabe nadar, não pode pular na piscina sozinha, estamos agindo no sentido de prevenir que ela sofra um acidente que pode ser até fatal. Falamos uma vez e viramos as costas, crendo que ela entendeu e não fará nada de errado? Não! Ensinamos com palavras e vigiamos.
Orientamos os filhos adolescentes nas questões sexuais, alertamos sobre os riscos do álcool e outras drogas e enfatizamos a importância de se dedicarem aos estudos. Quando os aconselhamos nesta direção estamos trabalhando na prevenção. Queremos que eles evitem uma gravidez indesejada, um relacionamento pecaminoso na perspectiva divina, a destruição de sua saúde e a dependência econômica dos pais durante toda vida. Falar é o suficiente? Que tipo de supervisão estamos exercendo sobre suas vidas?
O trabalho de prevenção não é realizado apenas com palavras. No treinamento preventivo de incêndio que fizemos nesta semana no espaço físico da igreja, não tivemos apenas aulas teóricas. O instrutor nos mostrava como fazer, observava, nos acompanhava de perto e nos corrigia, demonstrando o jeito certo de realizar determinadas ações.
Nós, pais e educadores, temos semelhante desafio. Precisamos ensinar os filhos através do exemplo. Isso nem sempre é fácil.
Sabemos que os nossos filhos, especialmente os bem pequenos, não devem ficar horas e horas na frente de uma tela. Mas, como ensinar isso para eles se, até mesmo por necessidade profissional, estando mais tempo no ambiente familiar, trabalhamos 8, 10 ou até mais horas por dia na frente de um computador? E o tempo que deveríamos dedicar a eles, em uma interação corporal e olho no olho, que redirecionamos para os nossos contatos virtuais nas redes sociais ou a uma navegação na internet, que apenas nos leva para longe das pessoas que precisam de nossos cuidados?
Roger Moura, líder dos Embaixadores do Rei, me enviou um excelente vídeo que compartilho hoje com você. A ênfase é a prevenção.
Pense no presente e no futuro do seu filho. Trabalhe preventivamente com ele suprindo suas necessidades de afeto e atenção. Se ele se sentir amado nos primeiros anos de sua vida, neste tempo em que vocês compartilham do mesmo teto e mesa, as chances de que ele se torne uma pessoa madura emocionalmente serão muito maiores.
Prevenção implica em atenção. Com quem os nossos adolescentes convivem quando não estão em casa? Que festas frequentam? Que horas chegam em casa? Chegam sóbrios? Encontram os pais dormindo ou “ligados”? Tem permissão para ficar sozinhos com o namorado(a) em um quarto com a porta fechada?
Pais, atenção! Cuidar, dar exemplo, agir preventivamente, aconselhar, acompanhar de perto, não confiar excessivamente nos filhos… tudo isso demanda tempo e esforço. Não dá para terceirizar estas responsabilidades que são prioritariamente suas.
Não podemos evitar que nossos filhos sofram acidentes, que façam escolhas erradas, que cometam sérios erros e que no futuro ignorem o que lhes ensinamos. O trabalho preventivo é apenas isso: preventivo. A educação preventiva não garante que eles ficarão completamente imunes a todo mal. Eles poderão se ferir como consequência de seus próprios erros e de outras pessoas. Mas, nosso trabalho preventivo lhes concederá ferramentas para buscar a cura, para reencontrar o caminho certo e buscar o socorro divino.
Não somos responsáveis por todos os fracassos ou sucessos de nossos filhos. Somos responsáveis por realizarmos da melhor maneira possível, com todo o esforço e investindo tempo, o trabalho preventivo que Deus nos confiou enquanto eles estão sob nossa guarda.
Pais e mães, lutemos com todas as forças para salvar nossos filhos das chamas malignas ao seu redor. Chamas que sufocam o que lhes ensinamos. Chamas que acendem em seus corações a descrença nos valores absolutos da Bíblia, a arrogância e a rebeldia às figuras de autoridade.
Pais de crianças e adolescentes, vocês têm um árduo trabalho de prevenção a realizar. Que vocês o façam com atenção e garra, pedindo a cada dia sabedoria e coragem ao Pai Celestial e tendo como fundamento a Palavra de Deus.
Marcos Vieira Monteiro