Qual o tempo certo para retornar ao trabalho, à Escola, ao convívio com parentes e amigos, aceitar ou fazer um convite para um lanche, ir à academia, participar dos cultos, reunir o PG presencialmente…?
Não há uma resposta única para estas perguntas e tantas outras similares.
Existe uma realidade do país, do Estado, da cidade onde moramos, que tem sido muito mutável nas últimas semanas. Temos previsões que podem se cumprir ou não. Previsões que, inclusive, também mudam constantemente.
Existe a sua realidade familiar. Alguém está com covid em sua casa? Qual o grau de gravidade? Há quantos dias está contaminado? Você completou o ciclo vacinal? Contraiu covid recentemente e se sente imunizado? Tem parentes idosos ou com comorbidades?
Além das condições físicas de saúde você precisa levar em consideração como está sua saúde emocional. Abatido? Preocupado? Fortalecido? Disposto? Com expectativas positivas?
A situação financeira de cada um também é um fator que não pode ser ignorado. Seus negócios estão estáveis, prosperando ou em declínio? Suas dívidas estão aumentando? Tem sido possível trabalhar em home office produtivamente?
A realidade é que cada um de nós, às vezes, dentro da mesma casa, não tem vivenciado a pandemia da mesma forma.
As centenas de informações que recebemos pelos meios de comunicação tradicionais e pelas redes sociais, a maneira como reagimos a elas, a influência dos amigos, a ideologia que adotamos, a realidade mais próxima que estamos vivenciando, a fé em Deus que cultivamos, as dores que sentimos no corpo e na alma, tudo isso influencia na percepção do tempo adequado para a volta de nossas atividades do dia a dia.
Porque a realidade de cada um de nós é muito singular, é preciso respeito e paciência. Respeito ao tempo de cada um, aos seus temores e tantos outros sentimentos que estão aflorando.
Às vezes, desejamos que determinadas coisas aconteçam ao nosso redor, em casa, no trabalho, na igreja, na sociedade. E estas coisas não acontecem. Precisamos entender que cada ser humano possui uma estrutura emocional diferente e ser pacientes uns com os outros.
Sejamos respeitosos e pacientes com os que nos servem. Os que nos servem recebendo um salário e os que o fazem voluntariamente na igreja ou em qualquer outra situação.
Há pessoas muito frágeis ao nosso redor nos mais diversos aspectos: física, emocional e espiritualmente. Que sejam tratadas com respeito e paciência.
Que Deus nos dê sabedoria para discernirmos acerca do nosso próprio tempo, recolhimento e renovação das forças. Que Ele nos conceda respeito e paciência com o tempo do outro.
Assim chegaremos ao fim da pandemia menos temerosos e feridos e mais maduros.
Marcos Vieira Monteiro