Testemunhamos que somos cristãos autênticos e maduros quando respeitamos o nosso próximo. Qualquer que seja ele.
Este é um aprendizado que começa em casa. Os pais têm a grande responsabilidade de ensinar aos filhos o respeito aos próprios pais, aos professores, aos chefes, às autoridades constituídas em todas as esferas da sociedade.
Tão difícil quanto ensinar o respeito às autoridades é ensinar o respeito aos mais fracos, aos idosos, aos que consideramos estar um degrau abaixo na “escala social”.
Quem não aprende a respeitar o próximo não conseguirá respeitar a Deus.
Podemos até falar sobre Deus, colocar o nome dele nas placas das instituições e agremiações que participamos, mas, se não tivermos uma postura de respeito a todas as pessoas, certamente seremos acusados de sermos incoerentes.
Filhos percebem quando os seus pais agem com incoerência. Quando eles exigem respeito, mas não respeitam ninguém.
A “avenida” do respeito é de mão dupla. Quem não respeita o outro dificilmente consegue ser respeitado. Muitas situações de desrespeito vão se avolumando porque o mais forte no contexto social muitas vezes acaba não respeitando o mais fraco.
O respeito é verdadeiro quando não é baseado exclusivamente na força. O respeito legítimo é conquistado por meio do exemplo.
O fato de estar em uma posição em que outros me devem respeito não me dá o direito de tratar qualquer pessoa com desrespeito.
Quando uma autoridade é desrespeitada, muitas vezes ela também não soube respeitar o seu adversário ou aquele que tem um pensamento divergente do seu. Isso não é justificável, mas esta é a realidade.
Existem muitas situações de abuso de poder nas relações familiares, profissionais, na política.
Quantos casamentos terminam porque um dos dois, ou ambos, não souberam respeitar o seu cônjuge. No contexto do casamento o desrespeito transcende a violência física. O respeito se manifesta quando não zombamos do cônjuge, valorizamos as suas opiniões e escolhas e demonstramos empatia com os seus sofrimentos e lutas.
Respeitamos uma criança sendo sensíveis ao seu sofrimento, aos seus medos, às suas dores. Devemos fazer isso com sabedoria sem abrir mão de sermos firmes com ela. Caso contrário, ela será o centro da vida familiar e excessivamente mimada.
O desrespeito de um patrão para com seus colaboradores ultrapassa tentativas de abuso sexual. O desrespeito acontece quando os direitos legais dos trabalhadores são ignorados, a “pressão” por resultados é exagerada e desumana ou quando o trabalhador não é visto como ser humano, mas como uma simples “peça” na engrenagem da empresa.
O respeito aos pobres, aos enfermos, aos que tem dificuldades de aprendizagem, aos autistas, aos deficientes físicos, aos de outra raça e tantos outros que estão à margem da sociedade deveria ser um distintivo de cada cristão.
Jesus sempre respeitou os excluídos. Temos a difícil missão de seguir os seus passos na maneira como tratamos os menos favorecidos e frágeis.
Devemos fazer isso com sabedoria, para que o respeito aos que infringem as leis não se sobreponha ao respeito às vítimas dos malfeitores.
Precisamos de grande discernimento. Muitos que dizem lutar pelos “direitos humanos” não querem uma sociedade onde se valoriza o trabalho árduo e a família no modelo proposto por Deus. Ao lutarmos exclusivamente pelo respeito aos “direitos” de apenas alguns, corremos o risco de desrespeitarmos tantos outros na sociedade que estão se esforçando e trabalhando com honestidade.
Que Deus nos ajude a construir uma sociedade em que todos sejamos respeitados como seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus.
Marcos Vieira Monteiro