Uma xícara de café, um ovo frito, um prato de sopa, um BigMac… só tem sabor especial, bem quentinhos.
Um copo de água (quando faz muito calor), uma coca cola, uma “delícia de abacaxi”… devem ser servidos bem geladinhos.
Há alimentos e bebidas saborosos que se tornam intragáveis se não forem ingeridos na temperatura adequada. Para que possamos de fato apreciá-los devem ser degustados na hora certa: logo após terem sido preparados ou retirados do forno, do fogão, da geladeira ou do freezer.
Se você se atrasa o bolo fica solado, o sorvete derrete, o feijão queima, o fruto cai de maduro e a planta apodrece no chão…
“Para tudo há uma ocasião certa. Há um tempo para todo propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3:1).
Um dos maiores desafios que enfrentamos permanentemente não é apenas fazer o que é certo. É fazer o que é certo na hora certa.
Creio que para a grande maioria (talvez para todos), para cumprirmos cada compromisso assumido temos um tempo delimitado. Há demandas que se deixarmos para amanhã poderão não ser atendidas. Os advogados sabem o que é isso: um prazo perdido pode significar uma causa perdida. Os socorristas e médicos sabem que uma intervenção ou medicação feita na hora exata é, muitas vezes, a diferença entre a vida e a morte. Um estudante sabe que tem um prazo limite para fazer uma prova, entregar um trabalho pendente ou concluir um curso. Um empresário que está com uma viagem marcada para uma importantíssima reunião em outro país sabe o que pode acontecer se chegar atrasado no aeroporto. Uma gestante teme que o filho nasça semanas antes ou depois do tempo previsto…
Grande parte do nosso stress ocorre quando não somos capazes de discernir o tempo adequado para cada decisão e ação. Muitas vezes nos precipitamos e não damos o devido tempo para uma ideia amadurecer, um relacionamento se solidificar, uma planta dar o seu fruto… Outras vezes, vamos procrastinando, esperando as condições ideais, e perdemos aquele “time” para realizar algo que poderia ser até fácil, mas que depois fica mais complicado.
Nestes últimos dois anos, líderes em diversos setores da sociedade tiveram que tomar decisões difíceis. Ainda agora, muitos estão se perguntando: “qual o tempo certo para manter ou suspender medidas de segurança na comunidade sob minha liderança, neste tempo em que não superamos completamente a pandemia?”
Não apenas líderes tem buscado discernir sobre o tempo certo para retomada de atividades de sua organização e que ações devem ser postergadas. Cada um de nós é chamado a decidir qual é o grau de flexibilização a adotar agora em relação às normas que acatou ou estabeleceu para si mesmo. Agora, nem sabemos até mesmo como nos cumprimentar: um soquinho, um aperto de mão, um abraço?
Creio que todos precisamos buscar, em primeiro lugar, a sabedoria de Deus. Ele pode e quer nos guiar em decisões do nosso cotidiano que não estão explícitas nas Escrituras Sagradas.
Devemos ser sensíveis à maneira como as pessoas mais próximas a nós estão reagindo à situação atual. Há aqueles que ainda não saíram de suas casas. Há muitos que perderam parentes próximos recentemente ou se infectaram com gravidade e permanecem assustados. Há centenas que se sentem mais seguros após terem tomado 2 ou 3 doses da vacina. Há os que estão tranquilos porque contraíram a covid há poucos dias e os sintomas da doença foram muitos leves…
O que fazer agora e o que adiar?
Lembre-se do cafezinho, do ovo, da sopa, do sanduiche do McDonald’s quentinhos e do copo de água e da coca cola gelados… Eles são muito mais gostosos quando servidos e degustados na hora certa. Façamos o que tem a ser feito agora, para que a nossa vida e a das pessoas que nos rodeiam, sejam mais saborosas.
Marcos Vieira Monteiro