Quando abro o computador quase que instintivamente busco o UOL. “O que está acontecendo de importante no Brasil e no mundo?”, é o que desejo saber.
Quando ligo o rádio na maioria das vezes sintonizo na Band News FM ou na CBN Notícias.
Notícias, muitas delas completamente irrelevantes, “saltam” na tela do meu celular quando vou acessar uma palestra ou outro conteúdo no youtube. São notícias sobre confusões políticas, fofocas de celebridades, informações sobre a covid e por aí vai…
Descobri que estava consumindo informação demais. Às vezes, de forma quase involuntária.
Decidi alterar estas práticas neste novo ano. No rádio, ouvir mais músicas. Desligar o celular por mais tempo. Ficar mais em silêncio pensando e escutando a voz do coração. Gastar mais tempo meditando no que está na Palavra de Deus.
Não tenho dúvidas que precisamos hoje de menos informação e mais reflexão. Sabemos pouco sobre muitos assuntos. Acabamos nos iludindo achando que sabemos muito. Não seria melhor elegermos menos temas, mas tratá-los com maior profundidade?
É complicado quando achamos que temos o dever de doutrinar outras pessoas em assuntos que não são a nossa especialidade. Agindo assim somos como papagaios que repetem o que escutam sem saber o que estão falando.
O mundo do conhecimento é infinito. Ninguém sabe tudo sobre todas as coisas. Há pessoas que acham que precisam ter uma opinião formada e definitiva sobre qualquer assunto e apresentar esta opinião a todos.
Por que a opinião de um artista deve ser levada em consideração sobre um assunto da área médica? Qual a relevância do ponto de vista de um ator de TV, um jogador de futebol ou um cantor sobre política? Qual a autoridade de um pastor para induzir o seu rebanho a votar no candidato A, B ou C?
Formamos nossas opiniões, em grande medida, a partir de opiniões das pessoas que admiramos e respeitamos. Mas, qual o grau de conhecimento real que elas têm para nos guiar em tantos temas complexos de nossa sociedade?
Vivemos um ambiente de superficialidade gerado por milhares de informações irrelevantes e efêmeras. Neste contexto somos desafiados a utilizar um dos maiores dons que Deus nos concedeu: a capacidade de pensar.
Em nossos dias uma pessoa escreve um texto que requer uma leitura de 10 minutos e já pede desculpas ao leitor porque escreveu um “textão”. Quem está disposto a separar um tempo maior para leitura e reflexão?
Queremos adquirir conhecimento apenas vendo filmes, vídeos de 10 segundos ou quando muito, palestras que não chegam a 20 minutos de duração. É possível?
Onde estão os leitores de bons livros? Livros que nos questionam e que nos abrem novos horizontes?
Qual foi a última vez que paramos a leitura de um livro, por alguns minutos, simplesmente para processar adequadamente o que o autor escreveu?
Nestes tempos confusos, que separemos tempo para refletir sobre o cotidiano do mundo em que vivemos. Pensar à luz dos princípios das Sagradas Escrituras. O salmista nos lembra que feliz é aquele “que medita na lei do Senhor de dia e de noite.” (Salmo 1:2).
Que o Espírito Santo nos ajude a estabelecer uma conexão entre a realidade que nos cerca, o que pensamos e a Palavra eterna de Deus.
Marcos Vieira Monteiro