Ter bons conselheiros é um presente de Deus. É dádiva preciosa, porque é possível ter ao nosso redor péssimos conselheiros. Nem todos os nossos colegas de trabalho, familiares e amigos são necessariamente pessoas com capacidade para nos ajudar com seus conselhos.
O livro de Salmos começa assim: “Bem-aventurado aquele que não segue no conselho dos ímpios…” (Salmo 1:1) Nem todo conselho é bom. Roboão, filho do rei Salomão, que o sucedeu no trono em Jerusalém, preferiu os conselhos de jovens imaturos do que ouvir a voz da experiência dos conselheiros do seu pai. (I Reis 12:1-15). Sua decisão errada teve sérias consequências.
Os conselhos ajudam quando os conselheiros são qualificados. Conselheiros assim não se limitam a compartilhar a sua própria experiência. Eles ajudam ao que busca o aconselhamento a analisar a situação específica, clarificar as opções possíveis e as prováveis consequências.
É muito óbvio, mas tem gente que não se lembra: o primeiro passo para receber um bom conselho é escolher bem o seu conselheiro.
Atenção: alguém pode ser um bom conselheiro na área de sua especialidade e não ser eficiente em outra. Aquele que o aconselha na área financeira, certamente, não é o melhor quando você estiver buscando ajuda para cuidar de suas emoções. O bom conselheiro familiar pode não ajudar você na compra de um imóvel ou de um carro. O ideal é formarmos uma rede de conselheiros, que sejam bons nos mais diversos campos do conhecimento humano. Evite ter um guru que o orienta em tudo e você segue fielmente sem questionamentos.
Ao ouvir um conselho, pare e pense. Analise se este conselho fere um princípio da Palavra de Deus. Avalie se o seu conselheiro conseguiu identificar adequadamente o seu problema e se o caminho que ele está propondo é realmente viável.
Faça uma avaliação sincera: “eu acredito que este conselho é bom?” Se você não estiver convicto de que a orientação que recebeu é, de fato, correta e factível, você diminui a chance de sua eficácia.
Uma vez consciente que o conselho é correto, mesmo que seja difícil de ser aplicado, você tem “meio caminho andado”, mas não chegou ao final do processo.
Escute o que diz o sábio Salomão: “Os bons conselhos ficam no fundo do coração, mas a pessoa sensata os traz à tona.” (Provérbios 20:5 NVT)
Somente quando trazemos do pensamento para a ação o conselho que recebemos é que de fato, teremos o seu benefício.
Ao longo de nossas vidas são dezenas de conselhos que recebemos: dos nossos pais, lendo bons autores, ouvindo uma mensagem com profundidade bíblica e aplicações práticas, conversando com amigos e irmãos em Cristo mais experientes, no gabinete pastoral, no consultório médico, em uma consulta com um terapeuta ou coach. Conselhos são muitos, mas quantos colocamos em prática?
Mais uma vez o óbvio: os conselhos que recebemos chegam ao seu nível máximo de eficácia quando mudam não apenas os nossos pensamentos e emoções, mas transformam a nossas práticas.
Não adianta buscar conselhos aqui e ali e não praticá-los. Você pode receber o “melhor conselho do mundo”, mas se não fizer o que está sendo proposto…
Conselhos ajudam quando nos movem a mudanças de hábitos, a novas ações, a retornar a práticas corretas que abandonamos, ou contribuem para perseverarmos no que é bom.
Marcos Vieira Monteiro