Palavra Pastoral – RESPEITO É FUNDAMENTAL (3)

Quantos problemas no mundo seriam evitados, minimizados e resolvidos se, simplesmente respeitássemos mais uns aos outros.

Parece que o respeito é um “artigo” que está se tornando raro.

Aprendi muito cedo que deveria respeitar os meus pais, os mais velhos, os professores, as autoridades e a Deus.

Este respeito implicava em jamais gritar com eles, não lhes dar uma “resposta” com palavras duras, cumprimentá-los, ceder-lhes o lugar e submeter-me às suas ordens sem muitos questionamentos.

Fui ensinado também que até os símbolos religiosos e da Pátria devem ser respeitados.

Os tempos vão mudando e este conceito de respeito com estas implicações parece que foi se alterando.

Hoje em dia quantas crianças são ensinadas, punidas e disciplinadas se não respeitarem seus pais e avós? Qual a reação de um pai “moderno” quando o seu filho faz birra, se joga no chão ou responde com um palavrão aos mais velhos? Quais os pais que se colocam ao lado dos professores e não dos filhos diante de um conflito entre eles? Quantos disciplinam o filho porque foi desrespeitoso com um professor ou “procuram a direção” da escola para defendê-lo (mesmo quando o filho não “tem razão”)?

É fato que em um passado mais longínquo havia abuso de autoridade por parte dos pais e professores. O uso da palmatória e as surras violentas que alguns deles infligiam aos pequenos são um exemplo claro disso.

Os direitos básicos dos mais fracos eram claramente desrespeitados. Basta olharmos os tristes capítulos da história da colonização de muitos países, onde comunidades inteiras de índios foram massacradas ou a terrível realidade da escravidão dos negros.

Será que estes abusos não provocaram uma reação oposta exagerada e caminhamos para o outro extremo? Figuras de autoridade que deveriam continuar sendo respeitadas hoje são confrontadas, menosprezadas, desvalorizadas e até mesmo abusadas.

Tenho às vezes a impressão que os transgressores da lei e das regras das instituições foram ganhando com o tempo cada vez mais “direitos”.

Muitos reclamam, com toda razão, do abuso que acontece nos relacionamentos conjugais. Há o desrespeito da mulher para com o seu marido, quando o critica excessivamente na presença dos filhos. Quando o humilha por estar desempregado ou por não conseguir gerar uma renda suficiente para as necessidades da família.

Há um número crescente de homens que não respeitam suas namoradas ou esposas. Que as tratam como se fossem sua propriedade pessoal. Que não aceitam um “não” como resposta. Que em casos extremos se tornam até mesmo assassinos. Por que o cúmulo do desrespeito tem conduzido a tanta violência contra a mulher?

Será que estes problemas não começaram no passado? Sua origem naquela situação em que os pais têm medo de magoar os filhos? Pais que tentam poupá-los de qualquer frustração, que aceitam que filhos os desrespeitem e a outras figuras de autoridade. Pais que perderam o controle dos filhos pequenos, que não souberam se impor, deixando de lado os métodos que os pais deles utilizavam, pais que querem “reinventar a roda” e acabam deixando de lado princípios milenares propostos pela bíblia para educação dos filhos.

Como filhos que não aprenderam a respeitar os seus pais, que não sabem ser contrariados em seus desejos, que não aprenderam a lidar com frustrações, serão respeitosos com seus cônjuges e capazes de realizar sacrifícios para preservar um relacionamento conjugal?

Nosso grande desafio é educarmos os filhos para que sejam ao mesmo tempo sensíveis e fortes, respeitosos com todos, inclusive com os mais fracos.

Marcos Vieira Monteiro

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